sexta-feira, 27 de abril de 2012

Projeto de lei que regulamenta a profissão de Filósofo: Prós e contras



Em trâmite no planalto a regulamentação da profissão de Filósofo, o entitulado Projeto de lei 2533/11, cujo o autor é o Deputado Giovani Cherini, ainda promete muita discussão acerca do assunto.
As principais controvérsias apontam a possibilidade do cerceamento da liberdade de pensamento, bem como questionam a legitimidade da Academia Brasileira de Filosofia como representante da maioria dos Bacharéis na área e, mais ainda, que no texto do projeto de lei lhe é outorgada ampla prerrogativa sobre o exercício da profissão pelos seus membros ou aqueles por ela diplomados. O texto original pode ser visto por meio do link http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=523870 e se encontra já em fase de conclusão.
A propósito desse assunto, convém lembrar que os Filósofos possuem também seu código de ocupação trabalhista, o que, ao contrário do que se possa pensar, é positivamente uma atividade laborativa. Por outro lado, segue-se à idéia de regulamentação do exercício profissional a hipótese correlata de outras profissões, como a de escritor, por exemplo, a qual teria cerceada sua possibilidade plena de exercício na medida em que somente os formados em Letras pudessem exercer aquele mister. De maneira análoga, somente filosofaria, ou teria sua exclusividade, na pior das hipóteses, o Bacharel.
A questão envolve o caráter precípuo da atividade filósofica, a qual, com sua natureza sui generis, não pode ficar restrita a um grupo. E nem o exercício da profissão: Qualquer um pode filosofar, não carece de se ter registro para tal.
A necessidade de se manter livre o exercício do pensamento, seja ele filosófico ou não, é algo essencial, já que não é prerrogativa do Bacharel a posse do talento e do "tauma". Entretanto, convém ressaltar, há exageros da parte de muita gente, que inclusive se opõe até mesmo à possibilidade de haver uma outra atividade para o filósofo que não seja a de professor e pesquisador. Ledo engano. Para pensar não é preciso ser filósofo, mas o filósofo pode exercer outras profissões, não porque não exista a dele, mas pelo fato de que a natureza do pensar filosófico não é estática. A Filosofia a cada dia se torna mais presente onde menos se espera. Restringir o alcance do filósofo à sala de aula ou à biblioteca é também cercear a filosofia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário